quarta-feira, 10 de junho de 2015

Ninguém respeita as mães.

 Acho tão engraçado, homens se matam por causa de suas próprias mães, veneram Nossa Senhora, mas não respeitam as mulheres. Agora que virei mãe o que mais acho que não tenho é respeito.
 Pedi meus móveis para o marceneiro já faz 70 dias e até agora nada. Ligo, o cara não atende, não responde, não retorna e não explica. Precisou meu marido ligar para o homem responder, porque aí o marido de uma mulher, de uma mãe os caras respeitam. Barato saindo caro, fiz orçamento esse final de semana com outro marceneiro, contato da minha amiga que é arquiteta, e esse é mais caro, mas assim, enquanto o amigo do meu marido estava publicando fotos no final de semana tomando caipirinha na praia, o contato da minha amiga estava aqui no sábado de manhã fazendo orçamento... Pois é... As prateleiras da cozinha que pedi com o meu custam R$780,00, com o da minha amiga R$2900,00. Tenho certeza que que com o mais barato vai sair mais caro, pois ele não tem o material que quero, já falou que não tem as mãos francesas na cor que quero e vou ter que fazer tudo de novo, pagar os 780 e depois os 2900.
 Outro dia fui à igreja de ônibus, estava sentada no banco preferencial com minha filha deitada no meu colo dormindo, o ônibus estava bem vazio e tinha lugar para todos os idosos e mães com filhos. Caso não tivesse eu pegaria minha filha no colo para outra pessoa poder sentar ao meu lado. Do nada encostou uma mulher que estava no outro lado da catraca, eu sempre fico na frente, não tem como passar com criança e mochila, sei que do nada a ignorante começou a gritar comigo que era para eu levantar dali para deixar algum idoso sentar. Falei, moça, eu estou com uma criança, você não reparou? Ela continuou gritando, acordou minha bebê com os gritos, tirou ela do soninho, fez uma mãe com uma criança levantar, perdi a razão, a chamei de ignorante, levantei e disse, que é isso senhora sua ignorante, eu sou preferencial, posso me sentar aqui, não estou tirando nada de ninguém, levantei fui para o lado do motorista, aí foi ele que gritou comigo dizendo que eu era obrigada a me sentar ois estava com uma criança, hahahaha, pois é meninas, vida de pobre é uma merda mesmo. Falei para ele que tinha uma ignorante gritando comigo que eu não podia me sentar, ele amansou e disse, não, a senhora é obrigada por lei a sentar pela sua segurança, da criança e da empresa. Vários velhinhos e velhinhas que eram os que tinham que estar incomodados e não a senhora que me abordou queriam se levantar para eu sentar, mas tinha um monte de lugar vago.
 Outro dia fui pegar o ônibus de novo e ele não parou, depois passou de novo e não parou, fui atrás, ele parou no farol, bati na porta e pedi para ele abrir a porta, já estava tarde, estava com a criança no colo de mochila, ele abriu e começou a me xingar, que ali não era o ponto do ônibus, falei, ah desculpe, não sabia, onde é o ponto para eu não errar na próxima, o retardado continuou gritando comigo e eu pedindo para ele me explicar. Uma senhora interviu me dizendo que ele pelo menos parou para eu entrar, eu respondi que não adiantou nada parar e ficar gritando igual um estúpido com uma mãe, que eu não sabia do ponto, que já não basta eu estar de ônibus com uma criança ainda tenho que escutar desaforo de todo mundo...
 Não é fácil andar de ônibus, estou andando pois não tenho carro, divido o carro com meu marido, divido não, uso quando ele não precisa, mas ele viaja muito a serviço, precisa do carro para trabalhar, então fico com o cara de vez em nunca, pego o carro para ir ao mercado nos finais de semana e raramente nas sextas que ai posso fazer alguma coisa com as crianças. Quando minha filha era menor eu andava bastante de táxi, mas hoje em dia como estou combatendo o consumismo e preciso economizar para terminar de pagar o apartamento aprendi a andar de ônibus.
 Meu marido esta dando um trabalho dos infernos aqui no apartamento novo, tudo reclama, tudo é caro, ele acha que as pessoas tem que vir trabalhar aqui de grana, que não tem obrigação de pagar ninguém, não me deixa com dinheiro sabendo que temos milhões de coisas para fazer aqui. Sei que vem os profissionais fazer as coisas aqui e eu tenho que ficar pegando conta, telefone deles, eles ficam me ligando para cobrar, olha, não está fácil... Hoje mesmo fui super desrespeitada por um prestador de serviço, só faltou me chamar de burra, porque meu marido transferiu o dinheiro para ele, mas para variar deu problema, sei que voltou orque o prestador que assou o digito errado e começou a dar tiuti comigo que eu tinha que resolver, que eu não estava dando atenção, falei, como que não se foi depositado para o senhor na sexta, se não caiu não tenho o que fazer. Falei para o meu marido, não quero falar com ele nunca mais, se vira, não aguento mais você gritando o dia todo e agora ter que aguentar grito de peão por sua causa.
 Fora que tenho que providenciar os serviços para cá, coisa, que não me importo, é legal, era para ser, mas está sendo um inferno. É eu pegar o telefone minha filha começa a gritar, quer fazer cocô, cai, chora, normal, criança é assim, mas enfim, eu deixo de dar atenção a ela para providenciar tudo e depois de horas resolvendo, horas em telefone, meu marido manda cancelar tudo porque ele tem um contato muito melhor e mais barato, a pessoa vem aqui, cobra muito mais caro, ele sempre me da dinheiro a menos e depois tenho que deixar de dar atenção a minha filha para resolver as cagadas dele. Engraçado que venera a mãe e é devoto de Nossa Senhora Aparecida, expliquei para ele que Nossa Senhora só é quem é porque foi mãe de Deus, ela foi mãe, e provavelmente era respeitada, hoje em dia é. Pois acho uma falta de respeito o que ele faz comigo, mãe da filha que ele quis ter, tenho que brigar por tudo que vou comprar para ele, estou falando do necessário, do arroz e feijão, acho um absurdo ele ir viajar a serviço e ficar 3, 4 dias fora e nos deixar sem um real e querer ir no final de semana no mercado para controlar o que compro. Mercado não é passeio!!!!! Quero morrer toda vez que ele quer ir no final de semana, já falei que não vamos e pronto! Me dá o dinheiro que eu compro durante a semana o que preciso! Eu PRECISO ter como administrar nossa casa. Compro o que quero já que quem tem comer sou eu e ainda por cima sou celíaca, não posso comer nada com trigo senão fico uma semana me coçando e sentada no trono até sangrar, é um horror, explico melhor em outro post.
  Outro dia estava no correio com minha filha, fui mandar umas roupas dela que não servem mais para minha sobrinha que nasceu esses tempos. Tenho direito a ser preferencial, sei que fui me enfiar na fila uma louca começou a gritar (como as pessoas gritam hoje em dia né?) que eu não era preferencial coisa nenhuma pois minha filha não é mais de colo. Que falta de respeito com uma mãe, eu com uma caixa enorme numa fila com uma criança de 3 anos que vocês sabem, acho muito mais preferencial que bebê de colo, pois ela não para, mexe em tudo, grita, começa a dar tiuti, passou uns minutos, logo depois que era minha vez, mas essa louca se enfiou na minha frente que minha filha começou, mãe, quero fazer xixi, estou apertada, falei, filha segura um pouco que aqui não tem banheiro, não mãe e começou a gritar, normal, falei com uma funcionária que precisava levá-la ao banheiro, ela não queria deixar, falei, moça, ela vai fazer xixi no chão, ela é criança, não aguenta esperar, aí queriam que eu deixasse minha bebê de 3 anos entrar sozinha lá na agência fazer xixi sei lá com quem porque eu não podia entrar, falei, não não, nem a pau! Enfim, tudo podia ser evitado se uma louca que deve ser filha de chocadeira, porque quem respeita sua mãe, respeita todas as outras e não deve ter filhos não respeita uma mãe.
 Não estou falando que sou coitadinha, que somos coitadinhas, mas algumas pessoas falam tanto das próprias mães, veneram tantas pessoas por aí, mas não conseguem ter o mínimo de respeito por uma mãe carregando um filho. Não sabem que é nesse momento que tinham que nos respeitar, agora, enquanto somos mães, enquanto estamos carregando nossos filhos, indo ao mercado com mochila nas costas, criança no colo e um monte de sacola. Aí vem o povo ignorante dizendo para deixar o filho em casa para fazer as coisas fora, deixar onde???? Quem falou que todos tem opção de deixar filho em algum lugar. Eu, por exemplo não tenho. Tenho que fazer tudo com minha filha a tiracolo, tenho que ir ao banco às vezes, ao correio, ao mercado, a padaria, a igreja, ao museu, num parque. Não tenho que ficar trancada dentro de casa porque tenho uma filha, já fico demais, não saio a noite desde que ela nasceu, não vou em lugar nenhum, depois das sete estou em casa, acordo todos os dias as sete, ai vem um leigo me dizer que nem as obrigações posso fazer? Quer dizer que quem vira mãe tem que ficar trancada dentro de casa ou deixar o filho na mão dos outros? Que outros, não tenho ninguém, inclusive tem horas que me sinto muito sozinha, realmente sou sozinha. Minha família não é daqui, família do marido trabalha e não é minha! Não é a mesma coisa. Não tenho com quem deixar, a vida segue e a vida das mães já é muito difícil por si só. É tudo difícil, criança dá muito trabalho, não come, não obedece, grita o dia todo, se machuca, você tem que limpar a bunda deles, dar banho, dar comida, amarrar o cadarço, colocar na cama, levantar de madrugada, dar leite, repetir a mesma coisa mais de) 20 mil vezes por dia todos os dias. Tem que educar, não pode bater, não pode gritar (ainda chego lá), colocar rédeas e tudo com muito amor e paciência que é tão difícil.
 E apesar de tudo isso tem gente que diz que mãe e dona de casa não faz porra nenhuma. Além de aturar marido que fica impossível quando se tem filhos, ficam enciumados, querem atenção, reclamam que não damos atenção, que estamos sempre de mau humor, que não temos paciência, que não faz nada e não precisa de dinheiro. Mãe e dona de casa também come, também bebe, também veste.
 E além de aturar tudo isso, ainda tem que aturar a falta de educação no mundo que acha que uma mãe não é preferencial, que uma mãe não precisa de uma atenção. Tenho tantas dores nas minhas costas pois o peso que carrego, literalmente, 14 kg do filho, a mochila que deve ter mais uns 10 e fora as sacolas e outras coisas mais, minhas costas não estão mais aguentando.
 Vamos respeitar as mães, inclusive umas as outras. Com essa briga que existe agora entre as índias e as menas e um tal de uma mãe ofender a outra porque uma pariu ela vagina e a outra fez cesárea, que uma amamenta e outra não, que uma leva no sling e outra no carrinho, que uma bota na escola cedo e a outra mais tarde. Todas deviam se apoiar, dar mais amor e atenção umas as outras ao invés de apontar o dedo. É o tal de apontar o cisco sendo que sem uma trave nos olhos.
 Vamos respeitar as mães começando por nós mesmas respeitando umas às outras...

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