domingo, 31 de agosto de 2014

Cuidando dos cabelos...

 Já comentei que tenho uma mania horrível, a de arrancar fios de cabelos, a chamada tricotolomia, ela sempre aparece nos momentos de mais stress da minha vida... Lembro que em 2006 troquei de trabalho, me embolei com aluguel e as contas estava com essa mania, até um dia que uma amiga bateu uma foto minha  de costas e vi que estava com uma puta falha nos cabelos, depois daquilo parei de arrancar os fios, mas roía as unhas igual uma doida, sempre desconto de algum jeito, sou doida, pois é...
 Agora com toda essa fase que estamos passando estou num ataque mortal ao meu cabelo, essa semana reparando no espelho vi que estou com duas falhas nos cabelos, justo onde eu futuco, meu cabelo está horrível, preciso parar com isso e me cuidar.
 Hoje é o dia 91 do detox de gastos e acabei gastando. Comprei tônico, uma escova que melhora os fios e um shampoo neutro, nesses tempos de economia ando só usando os baratinhos, mas o caso está desesperador, sabem que graças ao detox eu penso e repenso as coisas mil vezes para ter certeza se posso e devo e mesmo depois de pensar mil vezes, caso eu faça a compra fico pensando se devia. Ainda bem que tenho o blog para me ajudar a pensar...
 Não vou a um salão a mais de dois anos, faço minhas unhas em casa, corto as pontinhas em casa, pinto em casa, não estou gostando do resultado da pintura, tento pintar de castanho claro e sempre fica avermelhado, mas acho que é questão de tempo até eu encontrar a tonalidade certa, então pensei que fazer um tratamento em casa com um tônico não tem problema.
 Lógico que não adianta eu gastar essa grana com tônico e shampoo se eu continuar arrancando os fios, agora é parar e pronto.
 Vou levar como um "castigo" por ter gasto com isso, tenho que casar a parada com a mania horrível de arrancar com o tratamento com o tônico.
 Não sei, não posso e não devo fazer as coisas que gastem, fiz esse propósito de não gastar, mas achei que é um caso de emergência, pode não ser, quem sabe eu só parando com a mania meu cabelo já volta ao lugar, mas tem o fato de que gosto de me cuidar e meu cabelo está realmente sem vida, lavo ele sempre a noite, o único horário que tenho, durmo com eles molhados e eles estão extremamente compridos, parece que estão murchos...
 Só peguei um tônico também, porque se eu seguir tudo que a dermatologista recomendou para os fios ficarem lindos, brilhantes e não caírem mais, sim, porque além de eu arrancar alguns, o resto cai e muito, tem cabelo meu na casa inteira, se eu seguir mesmo a receita dela vai para mais de mil reais, aí sim é gasto e realmente não posso.
  Enfim, estou aí, fazendo o detox, economizando de todas as maneiras, mas ao longo desse ano terão outras coisas mais para eu me questionar e realmente aprender a diferenciar o que é supérfluo do que é necessário, pois quero levar isso para toda a minha vida...

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Sinto falta do trabalho!

 Hoje encaixou tudo certinho, deu tudo certo e consegui atender uma cliente minha antiga. Marido chegou de viagem de madrugada, tinha a manhã livre, ficou com as crianças para eu atender aquela cliente que eu não consegui ir na semana. Foi perfeito, me senti livre como um pássaro.
 Eu decidi e quis ficar em casa, cuidar dos filhos, da minha família e depois de hoje vi que o que me deixa mais despirocada e doida às vezes é o fato de ficar em casa, só cuidando das coisas da casa, só cuidando do marido e filhos, realmente eu sinto falta de fazer algo por mim. Nem pela parte financeira, mas por me sentir uma mulher que trabalha, que põe um vestido, maquiagem e salto, que sai com a bolsa a tiracolo e a pasta na mão, foi tão bom.
 Fazia alguns meses desde que eu tinha conseguido atender outra cliente, fui no lançamento da coleção de inverno dela no começo de ano, mas levei as crianças junto.
 Quando decidi trabalhar por conta própria tinha certeza que daria certo conciliar o trabalho com os filhos, mas não rolou direito até hoje, consigo atender alguns pedidos que são repetições de clientes antigas, mas novos, ir visitar, buscar, não tenho como, tentei uma, duas, três vezes, foi um transtorno tão grande na minha vida, o gasto foi tanto que eu paguei para trabalhar e o stress que tive não teria dinheiro no mundo que pagaria.
 Dei um tempo e continuo dando um tempo até a hora que terei a tarde todinha livre. O bom de hoje foi que eu lembrei que eu trabalho sim, às vezes estou tão nervosa, cansada e focada na casa/filhos que esqueço que eu trabalho, eu represento uma empresa a mais de 5 anos, eu só estou em câmera lenta, fazendo o mínimo possível pois não tenho com quem deixar as crianças e também não quero, já falei isso mais de mil vezes né? Está ficando chato, risos.
 Quando minhas amigas me dizem que tenho que trabalhar, agora entendo, elas tem toda razão, eu sempre trabalhei e batalhei, não sou mulher de ficar só dentro de casa, sempre tive rodinhas nos pés e grande parte do meu nervosismo e neurose é por eu sentir falta disso, mesmo que eu tente dizer que não, que eu camufle e que eu diga que sou feliz sendo dona de casa. Sou feliz por ser um tempo, não que nesses 3 anos eu não tenha pensado em ser dona de casa para sempre, mas vi que eu preciso fazer algo por mim.
 Essa representação é algo que eu adoro, na área da moda, visito ateliês de criação de roupas, vou em laçamentos de coleção, desenvolvo meu produto junto com as clientes. Amo mais que chocolate, adoro a empresa que eu trabalho também, é tão bom ir lá e ver as meninas...
 Fora que é tudo que eu tanto quero e preciso, vou fazer meu horário, não tem rotina, cada dia num lugar diferente, deixar as crianças na escola e vou correr atrás de mais clientela (tenho uma lista enorme de lugares que eu quero vender, mas ainda não consegui fazer isso), sem tem que sacrificar minha vivência com minha família.
 Estou contente hoje, foi um dia bom, eu precisava sentir de novo, por mais que eu passeie, saia, faça as coisas, preciso do trabalho, e na verdade esse tempo foi bom demais para eu ver que gosto d meu trabalho, para eu ver que tem um luz no final do túnel lá na frente.
 Quando eu decidi foi fácil, é fácil falar, vou ficar com as crianças, só vou trabalhar quando der, vou dispensar a faxineira, vou economizar, vou, vou, vou... Fazer e sentir na pele tudo isso é muito difícil.
 Muitas amigas me dizem, bota as crianças na creche, você está tão nervosa porque está com elas, eu não vejo isso, eu vejo que comecei a ficar nessa tensão quando tive que começar a fazer tudo sozinha em casa, se é para pagar uma creche para fazer faxina em casa, melhor pagar uma faxineira, quanto ao meu trabalho eu já acertei tudo na empresa assim que engravidei, de vez em quando mando uns pedidos e vou pegar firme somente em 2016, isso já está tudo certo entre eles e eu desde sempre.
 Foi um dia bom, outro dia eu estava choramingando que só queria um dia bom, hoje foi bom, vi que sou estou dando um tempo, não é motivo para eu surtar, é só um tempo, vai passar e rápido e eu prefiro esperar pois meu trabalho sempre estará lá, já minhas crianças não, elas estão crescendo e parece que cada vez mais rápido, pois antes eu dizia, ah, só falta quatro anos, agora só falta um e meio...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O que vou ser quando crescer?

 Essa é uma pergunta que tenho até hoje com 35 anos, já cresci e ainda não sei direito o que quero ser.
 Sempre trabalhei muito a vida toda, mas sempre trabalhei para poder me sustentar e não fazendo algo que eu gostava.
 Quando fiz o vestibular com 16 anos resolvi que eu era entendida de tecnologia, na época era muito difícil alguém ter acesso a isso e entrei para uma faculdade na área de tecnologia, lógico que não deu em nada, falei com minha família que eu tinha errado de curso que queria fazer outra coisa, acabou que minha família ignorante não compreendeu que eu queria trocar de curso, fizeram mil ameaças e chantagens, que eu só poderia estudar isso pois era o que eu tinha começado, que eu dançava conforme a música deles ou era deserdada, enfim, mandei eles as cucuias e fui trabalhar.
 Depois disso apareceram os meus tios que me levaram para trabalhar de graça para eles por seis meses, me inventaram um curso idiota para eu fazer, fiz o curso contrariada, mas pensei, pelo menos faço alguma coisa, trabalho na área para ter um salário e pago alguma faculdade que gosto, mas também não era o que eu queria, mil dificuldades, não deu em nada.
 Com 20 anos virei modelo, sem querer também, precisava trabalhar, apareceu oportunidade de fazer degustação de café no mercado, fui felizona, pagava bem, de lá me chamaram para fazer propaganda de energético em balada, eu estava na época de querer sair e tinha acabado de conseguir minha liberdade, foi maravilhoso, balada de graça, ganhando dinheiro, conheci todas as baladas e cidades possíveis, de lá me chamaram para desfilar, fazer foto em catálogo, outdoor, mudei para a capital e fiquei até os 25 trabalhando como modelo e fazendo eventos, porque só de modelo eu morreria de fome, kkk, só parei porque tinha 25, achei que estava velha para o negócio e eu queria trabalhar como gente grande.
 Depois tive oportunidade de estudar novamente e fui fazer uma faculdade na área da saúde, tipo, me fudi, estou devendo 5 mil lá até hoje, com o nome sujo, com algo que naquele momento até achei que poderia ser, mas agora vejo que não era para mim, na época só parei porque não dei conta de pagar, eu gostava realmente do curso, mas agora depois de tantos anos passou o tesão.
 Fui trabalhar em loja, escritório, para me manter e poder pagar minhas contas, mas sem saber o que ser quando crescer. Depois casei, tive filhos e agora estou numa fase de cuidar dos filhos e quem sabe me reinventar e descobrir o que realmente quero para a vida.
 Estou trabalhando em algo que gosto faz alguns anos, trabalho com moda, sou representante e só não estou conseguindo trabalhar mais pois dei um tempo para cuidar dos meus filhos, hoje mesmo deixei de ir visitar o ateliê de uma cliente pois não tenho com quem deixar as crianças. Agora nesse momento só atendo minha carteira de clientes antigos, sem pegar novos, pois não tenho como atender a demanda, farei isso daqui 2 anos quando eles estiverem na escola, com prazer e sem problemas.
 Estou nessa crise que vocês sabem bem, infeliz, de mal com a vida, ansiosa ao extremo, nervosa e cansada e quando converso com minhas amigas elas dizem que é porque estou me dedicando somente ao lar e filhos e parei de trabalhar e por isso estou assim. Não concordo com elas, pois é só uma fase que eu escolhi passar, é uma experiência que eu queria ter, eu queria ficar com meus filhos, eu queria saber o que é ser mãe, o que estou descobrindo que não é nada fácil, que criança dá muito trabalho, que é a coisa mais difícil desse mundo. É só um período e acho que as amigas, o mundo e o marido tinham que respeitar uma mulher que decide parar de trabalhar para cuidar dos filhos, porque alguém tem que cuidar, se eu trabalhasse fora teria que pagar alguém para fazer isso por mim e eu tenho certeza que esse alguém não faria o mesmo que eu. Eu que sou a mãe às vezes não tenho paciência, tenho vontade de sair correndo, como uma pessoa completamente estranha que não sei quem é direito, como foi criada, afinal não tenho nenhum parente aqui e teria que contratar uma estranha, poderia ter paciência com meus filhos e não maltratá-los? Eu apesar da impaciência só sento e choro, não maltrato meus filhos e os estranhos?
 Fora as mães que deixam seus filhos com suas mães e sogras,que já são velhinhas. Sei que muita gente é obrigada, pois melhor deixar os filhos e trabalhar para trazer comida para casa do que passar fome. Eu acho uma judieira com as velhinhas, eu que sou nova não dou conta, quem dirá uma senhora que já fez sua parte no mundo e tem que fazer de novo com os netos? Dizer que elas gostam porque é o neto? Sei lá, utopia, vergonha de dizer a verdade...
 Sei que qualquer coisa que eu fizer depois desses anos vai ser fichinha perto do que é cuidar de filho, marido e casa, mas é somente um período, vai passar, ainda bem, porque não existe nada mais podante, que te tire mais a liberdade do que casar e ter filhos.
 Entendo que minhas amigas dizem exatamente isso, que ser mãe e esposa acaba com nossa identidade, faz a mulher não saber mais quem é, acaba com nossa auto estima, pois é um serviço sem reconhecimento, que não acaba nunca, que te deixa morta com farofa.
 Eu era sozinha, completamente independente, sempre trabalhei, tinha que lavar somente minha roupa, fazer comida somente para uma pessoa e quando eu queria, a maioria das vezes eu comia fora ou na dona da minha casa.
 O mundo é machista, sexista e infelizmente eu achei que comigo seria diferente, sempre acho que comigo vai ser diferente, mas não é. Por eu ter decidido ficar em casa e cuidar dos meus filhos, achei que minha vida seria cor de rosa, que eu não sofreria preconceito, que eu daria conta de tudo de boa e que seria a mulher mais feliz desse mundo, mas a realidade não é essa, a realidade é que a mulher que decide, mesmo que em conjunto cuidar da casa e dos filhos sofre o maior preconceito. A mulher tem que dar conta da casa, dos filhos, trabalhar fora, ganhar dinheiro e ainda ser bonita e gostosa. Não consigo imaginar a dor que sofre uma mulher que é obrigada a passar por isso, que não planeja, que vira mãe no susto.
 Estou tentando transformar esse período de espera em algo positivo, em algo bom para mim, estou estudando, lendo bastante, fazendo cursos e pelo menos descobri algo.
 Gosto de moda, gosto de arte, gosto de história, sempre fui bem nessas matérias, sempre estive no meio disso e é nisso que vou investir, agora é o momento de eu fazer somente o que eu quero e gosto, é o momento mais oportuno.
 Nas minhas andanças vendo exposições descobri uma faculdade mega power que tem tudo a ver comigo, uma faculdade com cursos sobre arte, moda e história, história da arte na moda, bingo!!!!! Estou procurando por isso desde que engravidei, cursos de curta duração, que tem a ver com o que eu gosto e que eu possa fazer no período na tarde quando as crianças estiverem na escola. Não quero colocar elas na escola em período integral, não tenho parentes para me ajudarem a levar, buscar, não vou me sentar numa sala de aula toda noite e largar minha casa sozinha, sendo que meu marido viaja e fica a maioria da semana fora de casa, as crianças vão ficar com quem?
 Pelos próximos 15 anos pelo menos terei que cuidar deles, não me interessam o que falam, ah, eles se viram, não, eles não se viram, eles precisam de mim, não me interessa que o mundo ache normal largar os filhos para se criarem sozinhos, eu não acho isso, fui muito largada e negligenciada na infância e não vou fazer isso com eles, estou pouco me lixando para o achômetro, machismo e preconceito do mundo, eu não vou mudar meu foco. Quero realmente equilibrar carreira e maternidade e se tiver que sacrificar a carreira, será ela a sacrificada e não meus filhos e marido.
 Comentei na minha família que descobri esses cursos e que vou fazê-los, vocês não tem idéia do monte de desaforo que escutei deles. Meu irmão indignado que acha que estou desperdiçando meu potencial, que tenho que fazer um bacharelado, pois ele está terminando o dele agora. Minha avó puta da cara dizendo que moda é coisa de gente desocupada, tanto que quando eu tinha 18 anos e decidi que não queria mais computação, eu queria fazer moda e ela não deixou, passaram-se quase 20 anos e ela continua com a mesma cabeça e eu continuo tendo cada vez mais certeza de que estava certa quando quis ser independente e cuidar da minha vida sozinha. Já me questionei se eu tinha feito certo, mas vejo que fiz sim, afinal eu nunca pude expressar minha opinião e veja só, mesmo com 35 anos, casada e com filhos eles continuam achando que o que eu quero e gosto é uma grande besteira e não presta. Se eu estivesse estudado moda na época tinha me dado bem, pelo menos teria uma formação em algo que eu sempre trabalhei e continuo trabalhando até hoje. Outra coisa, não adianta, já tentei tanta coisa, eu não combino com coisas normais, não gosto de rotina, não sou normal, não adianta eu fazer administração, economia, direito, apesar de achar o máximo e às vezes me sentir frustada por não ter feito nada disso, não tenho que me sentir frustada, não sirvo para isso, eu tinha era que descobrir algo que tivesse a ver com meu jeito de ser, e meu jeito de ser tem a ver com moda, arte e história.
 A terapeuta me disse que continuo esperando algo deles, que eu continuo esperando o reconhecimento e isso que me deixa bolada. Sei lá, não os avisei esperando reconhecimento, mas só avisei. Isso é algo que tenho que discutir e decidir apenas com meu marido e ele achou o máximo, apesar de tantas reclamações minhas com relação a ele, ele é a pessoa que mais me apoia no meu processo de descobrimento interno. Ele quer me ver bem, perto deles e quer poder ir trabalhar, viajar tranquilo sabendo que em casa está tudo bem.
 Sei que esse é momento, se existe um momento para eu me descobrir é esse, esse momento de introspecção, de ter que ficar em casa, de ter que buscar algo para ocupar minha cabeça, pois meu tempo já está bem ocupado, o momento de descobrir e fazer algo que realmente gosto e não algo para ganhar dinheiro, o dinheiro é sempre consequência de quando se faz algo de que se gosta.


E se não existisse cartão de crédito?

Está aí uma dúvida que tenho faz tempos, pois o que mais escuto é, joga no cartão de crédito, coloca no cartão de crédito, comprei isso no cartão de crédito em não sei quantas vezes sem juros. Compra dona, coloca no cartão de crédito! Já cheguei a escutar, a dona, a senhora deve ter vários cartões de créditos sem limite!!!
 Engano bem, tenho um rostinho bonitinho, os dentes brancos e grandes, me visto bem, parece que tenho dinheiro, se esse povo olha meu extrato... risos. As aparências super enganam...
 Tive cartão de crédito somente uma vez na minha vida, comecei a trabalhar num escritório que abriu uma conta num banco para pagar meu salário, naquela época o nome ainda estava limpo, peguei um cartão de crédito com o limite de 500 reais, me achei a última bolacha do pacote, sei que tudo que eu queria eu saí "jogando" no cartão de crédito, paguei uma, duas faturas, depois comecei a me enrolar, tinha que pagar aluguel, comida, telefone e a fatura foi ficando para trás, bem, perdi o cartão, óbvio, depois paguei a dívida de 500 pila em 24 vezes de 50, não sei como chegou a esse ponto, mas é assim que funciona cartão. Todo mundo acha que pode comprar tudo cartão, mas esquece que a fatura vem e tem que pagar, se não pagar, beleléu... Depois dessa decidi não ter mais cartão, já faz uns 10 anos isso, mas cheguei a conclusão que simplesmente não vale a pena, pois não vejo vantagem em comprar algo que você não pode pagar, se não pode pagar no momento, não compra!
 Lógico que vocês já sabem da minha via sacra, que depois que engravidei me endividei toda comprando roupas para a gestação, pós parto, tentando melhorar a auto estima, mas foi tudo no cheque e pendure, muitas amigas com lojas e que vendem roupas e eu quase virando uma compradora compulsiva por causa da facilidade...
 Queria ver se não existisse mais cartão, como seria? As pessoas poderiam comprar tudo que compram à vista no dinheiro? Não? E porque compram se não tem dinheiro? Ah, no cartão de crédito, sei, mas depois tem que ter dinheiro para pagar a fatura, certo? E se arrumam dinheiro para pagar a fatura, porque não guardaram esse dinheiro e compraram à vista quem sabe até com desconto de 5 ou 10 por cento? Ah, mas aí não compra né? Então não compra ué, se você não tem dinheiro naquele momento para comprar aquela bolsa mega maravilhosa que já você já está de olho a meses, porque não juntou o dinheiro nesses meses de espera? Deu cinco minutos e resolveu que hoje porque está chovendo, o trânsito estava um inferno, o marido estava enchendo o saco, as crianças deram trabalho, então hoje você merece a bolsa, no cartão de crédito, pois não conseguiu juntar o dinheiro em seis meses, mas se você não conseguiu juntar o dinheiro em seis meses porque acha que vai conseguir pagar na fatura do cartão?
 Não estou aqui para dar lição de moral em ninguém, até porque a lição de moral serve para eu mesma mais do que para ninguém, só não estou fazendo essas bobajadas de comprar sem poder pagar porque me comprometi com o detox e porque perdi todos meus recursos, senão eu também teria continuado nesse círculo vicioso de compras, felicidade, fatura, sentar e chorar, me culpar, me sentir a pior criatura do mundo, outra compra, um minuto de felicidade e meses de inferno astral por estar com o nome sujo...
 E é realmente difícil, trabalho com moda, vou a vários ateliês, conheço tudo que está sendo lançado, já fui modelo quando mais nova, pretendo estudar sobre moda, mas a coisa mais difícil do mundo é equilibrar o que é gosto do que é consumismo.
 Agora estão aprovando, uma hora dizem que já aprovou, mas vão recorrer, vamos ver no que vai dar, mas que os lojistas podem cobrar mais de quem comprar no cartão de crédito, tem gente super indignada com isso, falando que é exploração, eu acho maravilhoso. Acho essa medida excelente pois vai frear um pouco o consumismo, tem gente brava porque não vai mais poder parcelar as coisas em 95 vezes, mas acho maravilhoso, vejo por mim, que cheguei ao fundo e se não fosse o marido mão de vaca que tenho onde eu iria parar?
 Melhor parar e cobrar mais agora, para ver as pessoas começam a se conscientizar que tem que comprar à vista, que não é bonito comprar no cartão de crédito, se você "joga" tudo no cartão é porque você não tem o dinheiro à vista, não é chique nem bacana quando coloca no cartão. Antes tínhamos essa visão de que somos muito adultos e importantes por ter um cartão de crédito, já vi gente me dizendo, me sinto tão adulta tendo um cartão. Não querida, não é adulta, só significa que você não controla suas finanças e tem que colocar tudo no cartão, significa que seu dinheiro acabou e você precisa jogar no cartão para para pagar com seu próximo salário suado que você nem recebeu ainda.
 Falam que cartão de crédito é um facilitador, eu não vejo vantagem nenhuma em cartão de crédito, pois a única vantagem é poder jogar a conta para frente ou parcelar, mas como a nossa grande intenção é justamente sempre comprar tudo à vista, quando se tem dinheiro e não parcelar, qual seria a vantagem do cartão? A única vantagem seria comprar no cartão e não precisar pagar...
  Não digo que nunca mais terei um cartão meu, pois como cuido de tudo na casa, pode ser que eu tenha um cartão para as compras de mercado, farmácia, pois já faço tudo no cartão de crédito do marido por que ele quer assim, mas ainda assim prefiro quando pego o dinheiro e pago tudo à vista, me sinto livre, a compra, a farmácia estão em casa e está tudo pago, não preciso esperar chegar a fatura para pagar. Até porque todo mês quando chega a maldita fatura é uma gritaria, um verdadeiro inferno, mil explicações do porque ele tem que pagar a comida que está no prato, pois ele acha também que mandando eu colocar no cartão ele não vai ter que pagar, mas a fatura chega...

domingo, 24 de agosto de 2014

Preciso realmente de ajuda...

 Nos comentários do Facebook uma mamãe consumista falou que eu precisava de ajuda e é a mais pura verdade...
 Decidi cuidar dos meus filhos em casa, baixar os gastos drasticamente, cuidar da casa sozinha, começar a fazer mais comida em casa ao invés de comer fora, parei de gastar, de comprar de me presentear...
 Segundo meu marido nós estamos nos fudendo nesse momento da vida e é a mais pura realidade...
 Sou muito focada e quando me propus a tudo isso estava plenamente consciente do que estava fazendo, assim como continuo consciente e não vou mudar meu foco por nada desse mundo, mas eu nunca falei que seria fácil, lindo e romântico.
 A vida em família é muito linda quando não temos preocupações, lembro assim que casamos e tivemos os filhos, era tudo lindo e cor de rosa, começou a ficar difícil quando começamos a economizar para trocar de apartamento. Acredito que se não tivéssemos que passar por isso para mudar para um lugar melhor seria mais fácil, mais bonito, mas a nossa realidade não é essa, assim como é para a maioria dos brasileiros, para ter alguma coisa concreta temos que passar alguns apuros.
 Não quero admitir de jeito algum, mas realmente eu preciso de ajuda, estou com muito serviço, ter que dar conta de uma casa, filhos, marido, serviço doméstico, comida, tudo sozinha, absolutamente sozinha é muito difícil. É muito serviço, as crianças consomem muita energia, mas acho que ficar com elas não é ruim, fico nervosa às vezes, mas percebo que o que realmente me deixa nervosa é que elas precisam de atenção quando estou fazendo a comida, quando preciso lavar a louça, quando preciso passar pano no chão, quando preciso esfregar o banheiro e não posso dar a atenção que elas precisam naquele momento. O que me deixa realmente estressada não são as crianças, apesar das minha reclamações, mas sim o fato de eu fazer as coisas, tentar fazer o melhor para minha família ter um ambiente confortável em casa e não conseguir...
 Conversando com minha avó outro dia, falei para ela que não sabia como ela tinha conseguido criar meu pai e tios sozinha, sem marido, ele foi embora quando ela estava grávida do meu pai, deixou ela sozinha, sem um centavo, sem casa para morar, sem nada. Ela teve que ir trabalhar na casa das irmãs com os filhos, esfregar o chão, fazer comida com a barriga estourando por um prato de comida. Não sei como conseguiu...
 Eu que sou nova, sempre tive uma baita disposição, sempre tive energia de um tigre estou quase desfalecendo... Preciso de ajuda, acho um absurdo dizer isso, mas preciso realmente de uma pessoa para fazer a limpeza da minha casa pelo menos uma vez por semana. Não nesse momento, é um momento de economia, só vou pegar alguém para me ajudar depois que estiver estabelecida no apartamento maior, mas eu preciso de alguém.
 Serviço de casa é muito puxado, é muito cansativo e não acaba nunca. É um absurdo eu ter que admitir isso, pois fico doida quando alguém diz que não faz nada e que não gosta de fazer o serviço doméstico, pois me questiono, eu estou nessa por opção, até posso contratar alguém para me ajudar, mas prefiro não porque tenho outros objetivos, e se eu realmente não pudesse contratar alguém? E as pessoas que tem que fazer o resto da vida o que estou fazendo agora? Como podem aguentar tanto serviço, tanta coisa sozinhas?
 Preciso de um lugar maior para minha família, preciso de espaço para termos paz em casa, preciso de uma pessoa para me ajudar com os serviços domésticos. Preciso voltar a trabalhar, sinto falta de buscar algo que seja só meu, isso vai acontecer assim que elas forem à escola.
 A vida é dura e muito difícil, ainda  mais sozinha, por isso tenho tanto respeito e admiração pela minha avó, assim como por todas as outras mulheres que dão conta de casa, filhos, comida, marido sozinhas. Tem que ser muito guerreira e ter muita força...

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Aprendendo com o Detox de gastos.

 Inventei esse detox porque eu estava completamente descontrolada com minhas compras, ando infeliz e me sentindo desamparada e estava descontando tudo nas compras. Até ajuda, mas a ajuda dura cinco minutos e a vontade comprar mais só aumenta, fora o prejuízo depois. Na hora de comprar um alpivio, na hora de pagar era insônia, dor de cabeça, choradeira e tudo mais.
 Está começando a valer a pena esse detox. Essa semana recebi um dinheiro de comissão de umas vendas que eu fiz, sim, ainda trabalho como representante e quando os clientes me permitem e posso fazer a venda por e-mail e telefone e não preciso visitá-los consigo fechar vendas e ganhar um dinheiro.
 Enfim, eu estava dura fazia um tempo, pois até tinha entrado umas comissões, mas era muito pouco e a ajuda de custo combinada com meu marido foi cortada, estou zerada e com dívidas, e devido ao fato de ter optado por cuidar das crianças, não tenho como correr atrás de mais trabalho/dinheiro no momento, na hora certa, quando eles entrarem na escola irei.
 Entrou essa grana e minha cabeça já começou a fazer planos, ah, vou comprar aquele batom 24hs, preciso de um mouse novo porque esse está uma porcaria, vou comprar massinha para as crianças, preciso de uma escova de cabelo, pois meu marido e filhos sumiram com todas as minhas, hoje vou almoçar naquele japonês que eu amo, já que estou no shopping comprando os presentes das crianças vou almoçar nesse restaurante badalado, enfim, mil planos.
 Graças a esse detox, na mesma hora que eu pensava tudo isso eu já sabia que não, eu não podia, batom somente quando acabarem os meus, aí sim posso comprar numa emergência, senão, comprar porque é bonito somente quando acabarem os 365 dias, a massinha ainda bem que não comprei, pois depois eles ganharam presente dos bisos e foram eles que deram de presente, almoçar somente no quilão, não é o mais zoado de 9,99, mas é um quilão, comida boa e muito mais barata que do shopping.
 Peguei meu dinheiro que entrou, separei meu dízimo, separei os dez por cento da poupança e vi o que eu tenho que pagar, saí pagando o que pude, principalmente minha amiga que eu comprei um monte de roupa em março, tinha combinado de pagá-la todo dia 5 e 20, mas como compramos o apartamento estou sem dinheiro e estou pagando ela conforme dá, pelo menos consegui mandar alguma coisinha.
 Se eu estivesse nos dias normais teria gasto tudo o dinheiro comprando todas as coisinhas e almoçando fora, meu dinheiro teria acabado sem eu nem saber onde eu enfiei e quando eu me tocasse que tinha que pagar minha amiga por exemplo, já não teria mais o dinheiro e teria que esperar uma próxima que o dinheiro entrasse.
 Sei que o certo é fazer o que eu fiz, receber e pagar para somente quando eu terminasse de pagar todas minhas dívidas eu voltar a comprar alguma coisa, mas nunca foi o que eu fiz. Sempre priorizei meu bel prazer momentâneo, tenho o dinheiro, preciso aproveitar, depois eu vejo como pago as contas atrasadas. Sempre paguei tudo que eu devia, mas sempre enrolada, sempre atrasada, sempre meses depois, sempre no caos.
 Esse detox está super ensinando quais são as prioridades da vida, o que tenho e devo fazer com meu dinheiro, estou me habituando a poupar, se eu consigo dizimar, porque não conseguia guardar um dinheiro?
 Vamos ver quais outras lições aprenderei ao longo desse caminho, ainda faltam mais de 200 dias, tem muita coisa para acontecer pela frente.
  Espero terminar essa jornada com minhas dívidas pagas, um dinheiro guardado na poupança que aí sim posso pegar um pouquinho do que guardei e me dar um presente, pode ser a coleção de música clássica da folha, um vestido, uma jóia, ou algum investimento...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

"Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..."

 Essa frase da linda Elis Regina não podia ser mais verdadeira, eu não concordava, achava um absurdo quando ouvia essa música antes de ser mãe. Até que...
 Virei mãe, bebezinho lindo no colo, como minha mãe tinha coragem de ser tão ruim comigo quando eu era só um bebezinho igual meus filhos?
 Minha mãe foi péssima, não fazia comida para nós, somente quando era conveniente para ela, me fazia fazer todo o trabalho doméstico enquanto ela ficava dormindo ou passeando com o namorado da semana, me batia todo santo dia, gritava o dia inteiro, mendigava tudo para os outros, dizia que não tinha dinheiro para comprar comida para nós, que meu pai não nos dava pensão, o que era verdade, mas minha avó, a mãe do meu pai assumiu tudo e dava muito mais que a pensão que ele, o irresponsável e negligente pai que eu tinha se casava com outra pessoa e formava uma nova família, que não nos incluía. Meu pai nunca participou da nossa vida, nunca foi num aniversário, numa formatura, num dia dos pais, nunca foi nos visitar, nunca fez a lição de casa conosco. Quando foi me visitar fez meu irmão e sumiu de novo e quando foi visitar eu e meu irmão fez nossa irmã, depois ele sumiu de vez. Eu o via porque minha avó, a mãe dele praticamente forçava a convivência, ela nos pegava, nos levava para a casa dela, nos fazia conviver com ele, nos deixava na casa dele, coisa que ele nunca estava, pois a gente chegava, ele saia e voltava bêbado.
 Mesmo assim, minha avó a mãe dele, sempre nos forneceu tudo, escola, roupa, pensão, mercado, ela era empresária, tinha e tem uma boa condição de vida e nunca nos deixou faltar nada, isso é o que ela pensava.
  Enquanto ela depositava o dinheiro para não passarmos dificuldade, nós vivíamos na miséria, pois eu não sei o que minha mãe fazia com o dinheiro que nunca tinha comida na geladeira, usávamos roupas rasgadas e tênis furado para ir a escola particular que minha avó pagava, ela dizia aos outros que não tinha dinheiro para comprar carne, lembro bem dela falando às pessoas: "Quando dá, uma vez por mês assim eu faço um bife, sabe como é, a carne é muito cara". Nós acreditávamos que era verdade, pois criança sempre acredita no que a mãe diz.
 Lembro que um tio meu, foi trabalhar na cidade que nós morávamos e a filha dele ia à escola a tarde. De manhã ela ficava em casa, ele passava meio dia em casa para pegar ela, dar almoço e levar à escola, minha mãe fazia o coitado do meu tio dividir a marmitinha que ele levava para ele e a filha com todos nós, se fazendo de coitada que não tinha 2 reais para fazer um arroz, hoje em dia eu descobri que arroz, feijão e bife são baratos, qualquer um que ganhe pelo menos um salário mínimo e tiver boa vontade consegue fazer uma comida todo dia aos filhos.
 Sei dizer que eu ando num estado de nervos tão grande que acho que estou começando a compreender algumas coisas, que apesar de revoltantes começo a entender (não aceitar, mas compreender).
 Como criança é irritante!!! Como é difícil ser mãe, cara, é a coisa mais difícil desse mundo! Estou numa semana que parece que qualquer hora meu estômago vai explodir, tenho náuseas de tanto nervoso que estou passando. Mãe, mãe, mãe o dia inteiro! Tenho que ficar o dia inteiro mandando eles pararem de fazer, mexer ou pegar alguma coisa! Que coisa insuportável, fora que estão na fase de berrar e chorar por tudo! Filhinho, escova os dentes, são berros, gritos e lágrimas como se eu estivesse fazendo alguma coisa de errada, estou enlouquecendo!!! Agora inventaram de usar um iphone velho que tem aqui, tem gente que diz que dá essas coisas para os filhos deixarem em paz, mas eu tenho vontade de jogar no lixo, quando deixo eles mexerem ficam correndo atrás de mim com essa porcaria desse telefone para eu arrumar alguma coisa que eles desconfiguraram! E o escândalo na hora de fazer almoço? Mãe, olha eu aqui, olha isso, se digo, filhos, preciso fazer a comida, dá dois segundos se machucam com alguma coisa, lá tenho eu que largar tudo para socorrer, quando volto, arroz queimou, feijão estragou, bolo murchou. E colocar a comida no prato? Não consigo nem lembrar porque meu estômago revira e minha cabeça dói, que estresse! Nem preciso mais dar detalhes da via sacra, pois todas que são mães sabem do que estou falando. É um inferno. Essa seria a definição exata do momento que vivo agora, um inferno. Junta marido estressado com trabalho, que só grita o dia inteiro por causa de dinheiro, essa economia que estamos fazendo para trocar de apartamento que a venda não fecha nunca, eu estou ficando louca. Assim que sinto, que estou enlouquecendo! Principalmente quando começo a arrumar a casa e não consigo, pois enquanto estou arrumando um cômodo, estão bagunçando e sujando outro, pois não é só bagunça, é resto de pão, de comida, de bolacha, vômito, coisas destruídas pela casa inteira, sem contar o aperto, que já cansei de falar.
 Se alguém quer praticar o desapego, tenha filhos, são mais destruidores que qualquer tsunami, e não me venha com esse papo que "comigo vai ser diferente", que não é!!!!!!!!!! "Na minha casa não vai ter esse tipo de problema, não vou deixar eles estragarem as coisas, só podem riscar a parede do quarto deles, imagina que vão riscar meu sofá! Nunca vão mexer nas minhas maquiagens!" Esquece!!!!!
 Tem duas opções, ou você desapega e deixa eles destruírem tudo ou fica igual uma louca gritando o dia inteiro, porque por mais que você suba as panelas, os sapatos, os cremes, as maquiagens, eles acham, eles alcançam, eles destroem, eles escondem, são piores que os gremlins! Parecem um rádio daqueles AM, chiando, falando o dia inteiro sem parar, das sete as sete, sem intervalos comerciais, parece narrador de futebol!
 Eu me sinto a pior criatura da face da terra!! Nunca imaginei na minha vida que iria reclamar dos meus filhos, que ia ficar aqui me lamuriando, sou a pior mãe do mundo! Sou uma péssima pessoa, uma péssima mãe, eu não tenho paciência. Eu grito o dia inteiro, pois tenho que educar meus filhos e nessa de educar acaba escapando uns gritos. Nunca, sob hipótese alguma bateria, pois isso é covardia, bater em alguém menor que você é covardia, coisa de gente ignorante, nem um tapinha, mas mesmo assim eu grito às vezes e isso me dói, pois dizem que gritos são a mesma coisa que bater, pois quando eu grito é que já estou tão saturada de ter falado o dia inteiro a mesma coisa que na milésima quinta vez escapa um grito. Depois me sento na sacada e fico me punido, arrancando meus cabelos, me sentindo a pior criatura do universo porque não tenho equilíbrio e não consigo ter paciência com meus filhos e marido!
 Já pedi mais de um milhão de vezes para Deus me ajudar a não gritar, já rezei, fiz promessa, fiz jejum, propósito e tudo mais para ver se não grito mais, mas é tão difícil!
 Estou enlouquecendo a cada dia, ontem depois da minha filha gritar, chorar e soluçar durante mais de uma hora só porque eu pedi para ela comer feijão e eu me controlar, pois não gritei, me dei parabéns por ter sido paciente, mas quando ela finalmente dormiu eu me imaginei sumindo de casa, indo morar na Índia num ashram e nunca mais voltando. Lógico que não vou fazer isso, mas olha, hoje em dia eu não critico essas mulheres que não aguentaram a pressão e sumiram, porque é muito, muito, muito mais difícil que se imagina.
 Por isso eu digo, começo a compreender minha mãe, e isso está me enlouquecendo, pois eu tive tanto ódio dela por tantos anos, a mágoa que sinto por ela foi o meu combustível durante tanto tempo, eu carregava esse ódio dentro do meu coração e o alimentei com tanto carinho e agora nada disso faz mais sentido! Tudo bem que minha mãe foi demais, mas agora eu vejo, ela é uma pessoa desequilibrada, não tinha estrutura nenhuma, meu pai não quis ficar com ela, meu avô pai dela,  expulsou ela de casa quando engravidou de mim, não teve estudo, completamente ignorante, com 3 filhos, não dá para saber o que aconteceu com a cabeça dela e quem sabe a fez agir do jeito que agiu conosco. Ela deve ter enlouquecido! Vai saber até que ponto ela tentou enfiar comida na nossa boca, não conseguiu e como já tem um problema, não tem um equilíbrio, quem sabe uma hora desistiu de tudo, achava que como filho dava muito trabalho e fazia tanta sujeira e eu era a mais velha tinha a obrigação de limpar tudo na casa e cuidar de tudo, enquanto ela achava que já tinha feito demais.
 Vejo que eu com toda estrutura que tenho, com marido, que apesar das minhas reclamações, é um bom marido, é um bom pai e está aqui para eu contar quando preciso, temos uma vida financeira estável, esse aperto todo é porque estamos adquirindo um imóvel maior para morarmos, não porque realmente eu tenha que passar algumas coisas, todo o estudo e a quantidade de informação que tenho acesso, ainda assim eu tenho a impressão que vou enlouquecer às vezes de tão difícil que é...
 Como posso eu ter tanto ódio assim deles, dos meus pais, se eu apesar de todo trauma que sofri, apesar de ter procurado uma terapeuta quando estava de sete meses de gravidez pedindo para ela ajudar a ser uma boa mãe, que eu não queria ser igual a minha, apesar de toda ajuda que busco eu sou uma péssima mãe, uma péssima esposa, uma péssima pessoa! Assim que me sinto, culpada! Me sinto péssima pois eu achei que era só ter um bom plano de saúde e comida na mesa que eu seria uma boa mãe. Achei que era o financeiro que fazia minha mãe ser tão ruim conosco, pelo menos era o que ela alegava, que era daquele jeito porque não tinha dinheiro (que hoje eu sei que tinha, mas não sei onde enfiava).
 Tenho muito a melhorar ainda para ser uma boa mãe a meus filhos, mas o ditado de nunca julgueis para não ser julgado é a mais pura realidade, principalmente quando se vira mãe. Tudo que eu achava absurdo uma mãe fazer a um filho não acho mais, pois se a mãe não buscar ajuda profissional, espiritual, familiar e dos amigos pode enlouquecer mesmo e fazer atrocidades.
 Ainda bem que muitas leis estão mudando, conseguiram finalmente aprovar a lei da palmada, que virou lei do menino Bernardo, pois assim acredito que as mães entendam que é de enlouquecer, mas que não pode enlouquecer, vejo que as pessoas eram muito ignorantes nesse aspecto. Até porque não é batendo que as crianças vão deixar de fazer coisas de crianças, elas fazem isso porque são crianças.
 Como a Elis diz, apesar de termos feito tudo, tudo tudo que fizemos...


sábado, 9 de agosto de 2014

Presentes e consumismo.

 Acabei de chegar de mais um aniversário que mais uma vez apareci sem presente, chego sem graça, invento uma desculpa que não deu para comprar que outro dia eu dou, mas a verdade é que estou dura e dependo do maridão para comprar presentes e nós estamos naquela sina louca de não poder gastar com nada, muito menos com presentes...
 Esse ano a corda apertou e decidimos aqui em casa não nos dar presente para nada, não ganhei presente de aniversário, não dei presente de aniversário para ele, passou nosso aniversário de casamento, sem presente e nem jantar, dia dos namorados, das mães, dos pais, do zé, da maria, do joão, estamos somente em agosto e já foram sete datas comemorativas, isso porque devo ter esquecido alguma, calcula sete por pelo menos 100 por presente...
 Fora todas as amigas que fizeram aniversário e seus filhos e as amigas que tiveram filhos esse ano e as festas de aniversário, cara do céu, é muita coisa...
 A única data que compramos presente esse ano foi na Páscoa, porque uma prima do mardo vai casar e ela faz uns ovos goumert, nós compramos os ovos para ajudar no casamento deles, mas compramos como se fosse um agradecimento a Deus, o dízimo, pelas coisas que conquistamos.
 Eu amo, adoro dar e receber presentes, nada contra, mas esse negócio de datas especiais, agora que tenho uma família para cuidar e tenho que ter pão e leite dentro vejo o quanto essas datas são realmente puramente comerciais, todo mês tem alguma data comemorativa, alguma propaganda te chamando para comprar, compara, gastar, consumir!!!
 Mostre que você é um bom filho, compre esse presente maravilhoso para seu pai!! Demonstre seu amor, gaste um monte no dia dos namorados! (Aquela piadinha que a prestação pode durar mais que o namoro é a mais pura verdade) Seus filhos querem ver seu amor, compre esse brinquedo mega caro que em loja de departamento tem mais barato, mas o meu tem marca!
 Eu era assim também, lembro o primeiro dia dos namorados que passei com meu marido, sabe como é, começo de namoro, queria tudo perfeito, completamente apaixonada e consumista, comprei o shopping inteiro para ele, me fudi para pagar, e minha vida era muito apertada, trabalhava muito, mas morava sozinha e pagava todas minhas contas sozinha, era dureza, não podia ter gasto tanto só para impressionar.
 Hoje eu vejo que podia ter comprado somente uma coisinha, mas como era sem noção nenhuma de gastos. Fora minha família que me educou muito mal, vejo que a nossa geração, a dos inta foi ensinada muito errado, com raras exceções fomos ensinados a gastar dinheiro em datas especiais e que tínhamos que dar um jeito de dar presente às pessoas senão parecia que não as amávamos! Minha família mesmo é mega dramática, se não ligar em cada data especial, dar presente eles choram, fazem bico, ficam sem falar, aff, um drama de dar medo, e não adianta explicar que estava dura, que não podia comprar, que muitas vezes não dava para telefonar, pois nem sempre eu tive telefone fixo, alguns anos atrás era super caro usar o telefone. Só que fiquei com essa marca de ter que gastar em datas comemorativas até esse ano que tivr que fazer o detox e não posso comprar nada.
 Ano passado eu já estava nessa de economia, mas achava que eu não podia deixar de dar presentes para as pessoas, que dar presentes era gratidão por ter o que tenho. Acontece que eu estava me ferrando dando presente para os outros, só que ninguém que eu dou presente vai vir dar um envelopinho com uma contribuição para meu novo apartamento, nem tem que dar, mas entendem onde quero chegar?
 Nos preocupamos muito em agradar aos outros, em seguir o que o comércio nos impôs, só que ninguém vem perguntar como está sua conta. Melhor deixar os outros te chamarem de mão de vaca e que não vão mais te convidar para nada do que tentar  impressionar os outros e na tua casa faltar comida.
 Não estou dizendo que não vou mais dar presente para as pessoas nas festinhas que sou convidada, tendo filhos vocês sabem como é, aparece aniversário e batizado e nascimento toda semana, mas no momento minha prioridade é outra...
 Aqui dentro de casa eu e o marido estamos nos dando de presente uma casa maior, será nosso presente por todas as datas comemorativas do ano, acredito que é muito mais importante uma boa moradia, com conforto para viver com minha família, comida na geladeira do que um monte de presentes um ao outro, muitas vezes sem necessidade e que não agrada, sendo que estamos juntos todos os dias e queremos sempre ficar. Aquela história, sua presença é muito mais importante. Do que adianta presente daqui e de lá para agradar com a conta negativa e dívidas que vão gerar brigas?


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Sobre a teoria do Fim do Brasil pela Empiricus.

 Assistimos o vídeo sobre a teoria do Fim do Brasil pela Empiricus assim que mandaram no meu e-mail (quem quiser se cadastra no site deles que eles sempre mandam as quentinhas sobre investimentos).
 O tal vídeo criou uma polêmica absurda, sendo inclusive proibido pela nossa presidente do Brasil, o que achei que nisso ela deu um tiro no pé, pois ela somente ajudou na repercussão e só fez o que eles queriam, causar impacto.
 Na hora que terminei de ver o vídeo achei que tinha perdido meu tempo, pois eles deram uma conotação muito dramática e fantasiosa a tudo que falaram, mas falaram fatos reais que realmente estão acontecendo na economia brasileira. Depois sentada na sacada de casa com meu marido ficamos mais de 2 horas discutindo sobre o vídeo e chegamos a conclusão que não foi perda de tempo pois esse vídeo foi feito para as pessoas pensarem, o que super funcionou!
 Eles acreditam que o Brasil vai morrer, na verdade já morreu o que eu concordo pois o Brasil "nasceu" com o plano real junto ao nosso querido FHC e agora morreu, pois estamos entrando numa nova era, nova economia, nova visão de tudo o que acredito ser maravilhoso, pois nada evolui sem mudanças.
 Ele disse que o Brasil vai sofrer, vai ter crise, empregos vão se esvair, a inflação vai aumentar, o consumo vai acabar.
 Também acredito que tudo isso é maravilhoso, pois estamos numa fase do Brasil que era óbvio que não ia durar muito. Lembro que antigamente só tinha celular quem tinha dinheiro para comprar e pagar a conta, pois não existia crédito de celular, só tinha televisão quem trabalhava muito e podia pagar, só tinha carro quem tinha condições de comprar e manter, ninguém comprava carros e devolvia três meses depois pois não consegue arcar com o financiamento como hoje em dia.
 Eu nunca tive um carro e as pessoas sempre me questionaram sobre o porque eu nunca comprei um carro. Uma que eu sempre preferi aproveitar a vida a ter um carro e ter que ficar trancada dentro de casa, outra que eu sempre morei sozinha, paguei aluguel água e condomínio e isso sempre foi aos trancos e barrancos, eu sabia que eu não poderia arcar com um carro e morar sozinha, nunca ganhei tanto dinheiro assim para carro, casa, festa, balada, jantarzinho.
 A teoria da conspiração da Empiricus é simples e eu super concordo com os caras! Essa putaria do consumo desenfreado vai acabar. Simples assim. Não existirá mais tanto crédito no mercado, só vai comprar as coisas quem tiver se prevenido. Essa é a intenção do vídeo, avisar as pessoas para se prevenirem e guardarem dinheiro, investirem, inclusive podem contar com eles, a grande sacada do vídeo é essa, fazer o comercial da empresa deles. E nossa presidente achando que eles estão fazendo propaganda do adversário, bobinha, eles só queriam fazer a propaganda deles e conseguiram, ela ajudou bastante divulgando, pois dizem que a carteira de investidores deles mais que dobrou...
 Não sei qual a classe social que mais vai sofrer com esse fim do Brasil, mas acredito que é a classe média, essa que saiu da pobreza e começou a ter 4, 5 televisores em casa, 3 carros na garagem, mais de 10 telefones celulares, um de cada operadora para poder falar com todo mundo (pessoalmente não fala com ninguém porque está entretido no celular), que começou a comprar roupa de marca, importada, vai acabar a invasão das sacoleiras em Miami, vão tudo voltar para o Brás e a 25 de março em São Paulo, o que também acho ótimo, vamos valorizar o que é daqui! Vamos comprar das confecções daqui, quem foi que inventou que coisa importada é melhor e mais chique? E olha que já fui dessas, mas sempre gostei do que é daqui, do que é do Brasil do que é fabricado aqui, afinal temos a modelo mais famosa do mundo, os melhores jogadores, atletas, poetas, pintores.
 Esse crédito desenfreado vai acabar, até porque isso já está acontecendo, pois liberaram crédito para todo mundo comprar carro, casa, telefone, coisas e agora está todo mundo endividado pagando os financiamentos e ninguém tem dinheiro e nem crédito para comprar mais nada, simples assim.
 Esse bafafá que deu de bolsa imobiliária, que depois da copa ia estourar eu achei tudo balela, é muito mais simples, todo mundo comprou apartamento de rodo e está pagando o financiamento, fora o monte de espertinho que tinha dinheiro sobrando comprou vários para investimento e não para morar, comprava por 100 e vendia por 500, isso acabou! As pessoas vão voltar ao certo, que é comprar para morar, no máximo o investir será comprar para alugar, fazer salas comerciais, como sempre foi e não comprar de rodo para revender depois, investidores vão ter que ir lá se consultar com os caras da Empiricus mesmo que é o melhor que eles fazem.
 Acredito que a classe trabalhadora, quem quer trabalhar e sabe usar seu dinheiro não vai sofrer com essa crise, a classe alta também não vai sofrer com a crise, vai ser realmente de novo como era quando eu era criança, lembro que meus avós que eram empresários na época compravam tudo, tinham uma vida de rei, pois sabiam usar o dinheiro, investiram em imóveis, poupança, eles sempre foram bem reservados e não quiseram outros tipos de investimentos e estavam na fase de ganhar dinheiro enquanto todas as outras pessoas faziam fila no mercado as sete horas da manhã para comprar leite, pois depois acabava e no outro dia estaria o dobro ou o triplo do preço.
 Os trabalhadores da classe C que são os que mais estão comprando coisas importadas, vão continuar comprando, pois eles gostam de guardar dois, três meses do salário para comprar um boné e se sentem super felizes com isso, super incentivo, pois quando se quer alguma coisa e se guarda o dinheiro não à problema algum nisso.
 Agora esse negócio de ter 20 cartões de crédito acabou,  tem gente que tem, passou até reportagem esses dias mostrando um cara se achando porque tinha mais de 10 cartões, o que achei mega cafona, pois cartão de crédito significa que você não tem dinheiro para comprar, só o cartão e depois como que paga a conta? Só vai comprar quem tiver dinheiro, vai acabar crédito, aliás, não que não vai mais ter cartão de crédito, mas vai ter quem tiver dinheiro para pagar a fatura, não tem dinheiro para pagar a fatura que vai chegar um dia, não tem crédito.
 Acredito que esse será o Fim de uma era no Brasil realmente, mas será uma coisa boa, as pessoas estão precisando se conscientizar, vai acabar esse consumismo desenfreado, por livre e espontânea pressão, mas vai acabar pois ninguém mais tem crédito e só vai comprar quem se prevenir, pagar suas dívidas e tiver dinheiro!

domingo, 3 de agosto de 2014

Quanto custa ser da moda e estar na mídia?

 Lendo uma reportagem sobre o quanto as blogueiras da moda pagam para ter um site da hora, legal de ver e quanto pagam para manter esse site e ter uma consultoria comecei a me questionar sobre meu blog. Elas pagam R$15000,00 para um cara que é super inteligente e entendido de sites para deixar o blog bacanérrimo, para que as pessoas tenham vontade de ver e até R$1000,00 mensais para a manutenção.
 Eu adoraria ter uma consultoria especializada e deixar meu blog mais profissional e super hiper lindo e mega chique para olhar, mas me questionei bem e na verdade eu não queria não.
 Abri o blog para acompanhar minha trajetória justamente contrária à maré dessas meninas lindas que tem esse blog, mas que mostram uma realidade que não faz parte da minha vida e nem da grande maioria das mulheres. Quem tem R$15000,00 para pagar num vestido, sei que muita gente têm, mas essa não é a realidade da maioria.
 Sou viciada em roupas e adoro ver esse blogs, mas sei que isso não condiz com a realidade da grande maioria das brasileiras, vai ver que até por isso essas meninas fazem tanto sucesso, elas podem comprar o que não podemos, podem ir em lugares que não podemos, podem fazer coisas que nunca poderemos fazer, quem sabe em outra encarnação...
 Vendo essa reportagem sobre o quanto custa financeiramente ter e manter um blog desses, minha primeira reação foi de achar meu blog tão simples, não sei nem mexer direito, digito, tento editar e arrumar, mas minha capacidade para mexer nessas coisas tem limite, sei fazer algumas coisas até certo ponto e sinceramente eu jamais pagaria qualquer um real que fosse para arrumar e manter meu blog, pois se minha proposta é exatamente economizar, fazer algo meu e sair da futilidade como poderia eu pensar em pagar alguma coisa para ter um blog mais bonito?
 Muito estranho quando entramos nessa trajetória anti consumismo, começamos a ver as coisas com outros olhos, acredito que a 2 anos atrás, quando eu ainda nem tinha começado eu meu blog, se eu visse uma reportagem dessas, era capaz de eu pensar na mesma hora em contratar o tal profissional para ter o melhor, mas onde entra meu trabalho nisso, onde entra a proposta de escrever um blog, fazer um diário do próprio punho?
 Depois de tanto ler Conrado Navarro, André Massaro, Ricardo Pereira, Rodolfo Amstalden, Roberto Altenhofen, Mario Sergio Cortella, Patricia Lages, Seiiti Arata, enfim, uma infinidade de economistas e pessoas ligadas a finanças pessoais, investimentos e mudança de comportamento, esses caras fizeram uma lavagem cerebral tão grande em mim que comecei a mudar totalmente minha visão do que é lindo e do que chega a ser cafona de tão fútil e desnecessário.
 Sei que entrei nessa empreitada de economizar e estou buscando conhecimento para isso, pois eu achava que era chique gastar e ter as coisas, mas agora estou vendo e inclusive mostrando que é fácil ficar lindo e comprar roupas maravilhosas, o ruim mesmo é pagar.
 As pessoas mostram os sorrisos estampados, os sapatos do solado vermelho, as viagens para Paris, a bolsa de dez mil reais, mas não mostram quanto custou ter tudo isso, quanto pagaram nisso, que são herdeiras, tem patrocínio, começam a ganhar coisas, e nós pobres mortais ficamos infelizes, tristes, pois não podemos acompanhar tudo isso, não temos como pagar por isso.
 Ninguém mostra a fatura do cartão de crédito vencida, ninguém fala dos cheques que voltaram, ninguém fala do nome que ficou sujo pois não teve como pagar a prestação, ninguém fala que comprou um sapato em 25 vezes só porque queria se sentir na moda e quando fala acha que é normal ficar endividada para satisfazer uma vontade de consumo. (Não é o caso dessas blogueiras, que já nem estou mais falando delas, pois são todas herdeiras e quando gastam 15000 num vestido não faz diferença nenhuma na vida delas pois elas tem esse dinheiro, se eu tivesse essa grana quem sabe também compraria).
 Só que depois dessa empreitada que entrei, acredito que nunca mais serei a mesma que pensei que seria, que quando as coisas se estabilizarem não vou mais sair gastando dinheiro adoidado como eu achei que faria, agora estou descobrindo que podemos investir, que podemos guardar, que quando pagamos alguém com nosso dinheiro, esse dinheiro não é mais nosso, mas se investirmos (poupança, fundos, bolsa), aí sim esse dinheiro é nosso.
 Lembro que eu gostava tanto de coisas, de roupas, que eu via as roupas e começava a ter um troço, não que eu não tenha mais, pois adoro ver coisas bonitas, mas descobri que gosto de coisas bonitas, que sempre gostei de arte, e que às vezes as coisas são como esses quadros lindos que vejo nos museus e galerias que vou, são lindos, maravilhosos, mas não podem ser meus, mesmo se eu tivesse dinheiro...


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Que semana! Dia 62 Detox de gastos!

 Tem semanas que penso que simplesmente não precisariam existir, mas dizem que tudo tem um porque e nada acontece por acaso, não sei de mais nada, tenho que me apegar nisso para não surtar!
 Terça fui almoçar com minha amiga como já contei para vocês e blaft! um dos meus filhos cai na espera do restaurante num negocinho que tinha lá de enfeite e paft, machucou a mãozinha, nada muito grave, mas machucou e está até agora dizendo que a mãozinha dói toda vez que olha o machucadinho. No final do almoço eu tento ajudar a descer da cadeirinha e paft! com a boca na mesa, nada de grave, mas machucou a boquinha, neném bateu e eu fico me sentindo a mais incompetente das criaturas pois não tenho a capacidade de evitar que as crianças se machuquem, ok, passou, tudo certo.
 No outro dia vou à igreja rezar, acender uma velinha. Na praça no pátio da igreja encontramos outras duas crianças que estavam lá com a babá. Meus filhos ficaram brincando com as outras crianças, quando eu já estava quase indo embora, depois de falar um milhão e meio de vezes para o neném sair da escada e tirar de lá porque ia cair e se machucar, pisquei e só escutei, nhemmmmmm, olhei o neném com a testa no degrau caído, ficou parecendo um unicórnio e ainda por cima o nariz todo ralado, que desespero. Dizem que maternidade e culpa andam juntas e eu não entendia, agora eu entendo o que é culpa, coisa que eu nunca tinha sentido antes de ser mãe... Sei que não conseguia parar de me culpar, de me sentir uma tremenda de uma incompetente, me sentido a pior criatura da face da terra, pois não consigo evitar que meus filhos se machuquem. Todo mundo me fala, não, é assim mesmo, criança cai e se machuca e blablabla, mas fala isso para meu subconsciente, ele não entende isso. Tenho certeza que a culpa é minha, fico voltando e voltando no dia pensando que se eu não tivesse virado o rosto naquele momento ele não teria caído, noite de insônia, terror total, medo daquele galo explodir o cérebro do meu neném, medo dele não acordar no outro dia, me culpando. Lembrando das nóias que tenho, sempre acho que eles vão cair de sacadas ou de janelas (dentro de casa até fico tranquila porque tenho redes de proteção, mas quando saio por aí...), no apartamento novo então, fico o tempo todo encanada com medo que eles vão se jogar de lá antes de eu colocar as redes, porque lá é mais alto, que loucura!
 Enfim, no outro dia sai eu correndo levar neném na pediatra de ônibus, pois marido foi viajar a trabalho com o carro, não tem nada demais, a maioria das pessoas tem que fazer isso, mas eu sempre vou com o carro ou de táxi, mas no momento eu não tenho dinheiro para pegar um táxi e também não era urgente, urgentíssimo, sei lá, aquelas coisas que passam na cabeça da gente, ai, eu não queria mais passar por isso, eu não tinha que andar de ônibus com as crianças, eu tinha que ter isso, aquilo, eu não devia ter deixado elas cairem, enfim, cabeça da gente é armadilha para sanidade.
 Quinta não aconteceu nada demais, aí hoje fui na terapia, última sessão que o convênio liberou no momento, não tenho mais como pagar, fui para me despedir da Doutora. Pretendo voltar pois acho que ajuda muito nesse processo de auto conhecimento que estou, ela abre os olhos para coisas que eu não sabia, enfim, última sessão, tudo beleza, desci, entrei no carro (fui sozinha, marido já tinha voltado de viagem e se propôs a ficar com as crianças de manhã para matar a saudade), saindo o que acontece, um senhor amado e adorado, vcs não imaginam tudo que tenho vontade de chamar ele, melhor ficar no amado, enfim, senhor pegou e PAFT, RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR, enfiou o bendito carro na lateral esquerda frontal do meu carro, e ainda desceu cheio de razão dizendo que a culpa era minha. Falei, chama a polícia, vamos fazer BO, afinal de contas o senhor que jogou o carro em cima de mim, olha o que o senhor fez.  Perdi minha razão, dei uns gritos daqueles de barraqueira, rodei a baiana, pois o dito cujo queria teimar que estava certo. Acho que eu já estava tão tensa de tudo, e só esse ano é terceira vez que batem em mim, que acabei descontando no coitado. Meu marido fala que eu que sou barbeira e distraída, mas não foi culpa minha essa e mais duas, teve uma que foi mea culpa, aquela que eu estava no celular e dei um totó no carro da frente, mas hoje, hoje, hoje, não fui eu!!!
 Olha mamães, que fase, que zica, que semana, que vida, estou parecendo a hiena que ficava oh céus, oh vida oh azar, mas olha, está difícil, eu quero um dia bom, só um!!!!!! Será que é pedir demais? Tem horas que acho que é.
 Entro nas loucuras de achar que a culpa é minha, estou fazendo alguma coisa para merecer isso, o que eu estou fazendo que está acontecendo tudo errado comigo?
 Será que é porque não tenho paciência às vezes, porque tem horas que não aguento mais ouvir a voz das crianças, porque reclamo tanto da vida, porque às vezes eu tenho vontade de sair correndo pois está tudo muito pesado, será que é porque estou infeliz e estou sendo castigada pois eu tinha que ser a mulher mais feliz desse mundo, afinal tenho uma família? 
 Essa angústia de dentro de mim que não sai mais, o que faço com isso, quando penso que vou tirar a angústia, que estou tentando ser uma pessoa melhor. Não grito mais, não perco mais a paciência, estou economizando, cozinhando, essa semana consegui acertar um bolo de cenoura pela primeira vez, acho que já fiz uns 20 e nunca deu certo,  faço todo o serviço doméstico sem reclamar, acontece alguma coisa ruim e me deixa chateada, só quero um dia levantar e ir dormir e dizer: Hoje eu fiz tudo certo, hoje deu tudo certo, dia perfeito, vida perfeita...